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A
luz da Fé - Laurence
Newey |
Festival
de Sagitário – Londres – Dezembro
2002
Hoje
vamos refletir um pouco sobre a relação que existe entre Luz
e Fé. – uma relação que será mais compreendida á medida que a
nova religião mundial comece a se formar considerando os períodos de lua
cheia.
O
momento da lua cheia indica o alinhamento exato entre a terra, o sol,
e um dos 12 signos do zodíaco, é por isso que a luz que é
vertida da constelação, do
signo, e do sol, sobre o planeta, atinge seu efeito máximo. Vamos começar
entoando juntos a afirmação da Vontade:
No
centro da Vontade de Deus eu permaneço. / Nada afastará minha vontade da
Sua; / eu implemento essa Vontade pelo amor. / Eu o triângulo divino,
cumpro essa Vontade dentro do quadrado / e sirvo ao meu próximo! OM
Os
encontros de meditação de lua cheia são conhecidos como festivais de
luz. A origem da palavra festival é o adjetivo latino festus
que significa cheio de alegria ou felicidade. A celebração da
alegria, é uma celebração de fé e é uma nutrição da alma, pela luz
que a alegria evoca. Nos encontros grupais, a entrada da luz é colorida
ou condicionada por cada pessoa, e circula através de todos os que estão
presentes. O resultado é uma potência que é especial para o encontro e
que procura descarregar sua força espiritual, na mente no mundo, onde
quer que seja necessário. Desta forma a grande hierarquia de consciência
se movimenta em espiral para adiante, o menor invocando o maior,
modificando (moldando, colorindo) as potências recebidas, e por sua vez
passando-as ‘para baixo’, para os que vêm atrás
O
festival da lua cheia, é uma janela de oportunidade para contatar os
mundos internos, a fonte das ondas de energias benéficas que pulsam através
dos éteres, nesse momento. O cultivo de uma quietude interna durante os
períodos de lua cheia, resultará no aumento da sensitividade e conduzirá
a uma maior criatividade no serviço.
Criatividade
é a chave para um serviço eficaz,
como enfatiza o Tibetano. Ele disse: “Eu dirigirei um dos esforços das
minhas recomendações à sua crescente sensitividade e ao seu subsequente
e conseqüente crescimento em criatividade – não criatividade de forma
mas, muito
mais, criatividade de vibração,
ao invés de formas criadas, deve
haver a criação de um impacto de vibração sobre o mundo dos
homens e consequentemente, mais tarde, o aparecimento, de organismos que tenham capacidade de resposta (
‘responsivo’)” 1 Esse
é um comentário útil para todos nós que algumas vezes nos questionamos
se a falta de idéias definidas ou de impressões mentais durante a meditação
é uma indicação de falha.
É
claro que o caso não é esse, com tempo e muita prática, os intervalos
superiores e inferiores da meditação são experimentados como sendo
diferentes em ‘ritmo’ vibratório, como 2 oitavas de um acorde
musical. É verdade que no intervalo inferior o cérebro pode não ter
sido ‘impresso’ por surpreendentes revelações, mas o que é
geralmente trazido e desenvolvido na meditação é
a criação de uma vibração. Essa vibração é recebida em um
ponto de tensão, que se mantida durante o dia, é uma força redentora
que pode ser modificada (moldada) e projetada de acordo com a necessidade.
Podemos também usar este tipo de criatividade para ‘amplificar’, as
influencias zodiacais disponíveis na hora da lua cheia, e para faze-las
circular na mente do grupo. Ali elas serão criativamente adaptadas e
utilizadas para reforçar uma forma pensamento de
freqüência, padrão e cor, específicos, que se estenderá como
grandes asas sobre todos aqueles que estejam em sintonia e que tenham
algum tipo de ressonância com a potência dessa forma.
A
nova religião mundial, que incluirá os festivais da lua cheia, estará
ocupada com essas potências magnéticas formadas através da interação
entre fé e luz. Para compreender essa relação, um bom ponto de início
seria a consideração de algumas palavras da bíblia: “ A fé é a substancia das
coisas esperadas e a evidência das coisas não vistas”. É
interessante lembrar que o Tibetano disse:
“substituindo a palavra fé pela palavra luz, eu lhes dou a
seguinte definição: Luz
é a substancias das coisas esperadas, e a evidência das coisas não
vistas”.
Talvez
essa seja uma das definições mais ocultas, que foi dada até agora,
sobre a luz do mundo. A palavra fé é um bom exemplo do método de velar
ou esconder significados que não podem ser revelados prematuramente. Luz
e substancia são termos sinônimos. Luz e Alma, também, e na semelhança
e igualdade da idéia de – luz, substancia, alma – temos a chave da
fusão e do “at-one-ment” (alinhamento, contato perfeito), que o
Cristo expressou para nós, tão plenamente, em sua Vida neste mundo.
A
fé é uma sensitividade à
luz (capacidade de resposta à luz N.T.), mas é ao mesmo tempo um
invocador de uma luz maior, por causa disso é uma palavra apropriada para
esconder alguns dos poderes que estão por trás dessa citação. A
verdadeira fé não é uma aceitação cega a alguma doutrina religiosa,
mas sim uma potência magnética que é resultado da crença, e que forma
os rudimentos da invocação e evocação cientificas. Primeiro a crença
acontece quando o pensamento e a imaginação são estimulados por alguma
coisa vista, ou ouvida, talvez um bom orador ou um livro, entre outras.
Isso causa em nós, temporariamente, uma vibração, cujo grau depende da
medida do contato com a verdade ou com o princípio abordado.
A
tensão acumulada das nossas esperanças e desejos que foram despertados,
projeta a consciência ‘para dentro’ e projeta uma parte de si mesmo,
como se fosse um raio de
substancia iluminada (mental/emocional/etérica), 'para fora', em direção
à fonte dessa verdade. A crença é então tocada por um flesh da luz que
'desceu' porque foi evocada. A essa conexão delicada, mas muito real, e
ao conjunto do processo damos o
nome de fé. Toda a natureza se vivifica com zelo e aspiração
ardentes – o que cria uma condição altamente invocativa, que dá mais
força e poder ao processo anterior, e evoca
mais luz ainda. Assim a crença transforma-se em fé e a fé
transforma-se em realização (tornado real) – todo o processo pode ser
resumido nas palavras simples do Cristo: “Nessa Luz, veremos a Luz”.
Os
poderes são geralmente ‘velados’ (escondidos) por frases simples como
essa, e ao refletir sobre o mundo dos símbolos, uma ressonância é
criada, ajudando a precipitar as idéias que compõem a “nuvem de coisas
cognoscíveis”. Esse ato de precipitação, ao mesmo tempo a base de um
serviço eficaz, é o que provê a ajuda na sustentação para manter a
atitude do aspirante - associando com Sagitário -
enfocada e intuitiva. As
energias desse signo, são caracterizadas tanto pela intuição como pela
vontade, expressas na nota chave: “Eu vejo a meta, Eu atinjo essa
meta e então Eu vejo outra”. A força da vontade que nos mantém
enfocados em nossa meta, mas constantemente nos movimentando para adiante,
é um poder persistente e silencioso
que nada pode vencer. Essa força da vontade coincide com um estado de
silencio e de Paz que se encontra dentro do coração e da mente, e esse
fato é uma surpresa para os que conhecem a paz como sendo um estado
passivo e ‘vontade’ como sendo a eliminação de todas as obstruções,
sem nenhuma misericórdia.
No
seu livro, A Intuição da Vontade, Ernest Wood escreve: “Paz é a emoção
da força, uma sensação interna que não necessita nenhum esforço para
se expressar. O esforço não é necessário porque o seu poder é
irresistível. Portanto não é a vontade de despender força, impor algo
ou ‘atropelar’ com uma idéia, não é mostrar autoridade, nem lidar
consigo mesmo como um comandante um ‘sargento’. Quando uma máquina
funciona perfeitamente, ela também é silenciosa. A corrente elétrica e
a expansão do vapor, são silenciosas, mas são poderosas. A máquina
imperfeita através do qual elas funcionam, e que quase não agüentam a
sua força, é que são barulhentas.
Aquele que em sua própria vida ouvindo o ruído da máquina em
movimento, pensa que é a vontade, ainda não encontrou a vontade, porque a vontade é a coisa mais silenciosa do mundo” 3 Para
aprofundar um pouco mais esse pensamento, podemos imaginar o tempo em que
a vontade divina esteja mais ancorada na terra, quando as máquinas tenham
se tornado muito menos barulhentas e o mundo como sendo um lugar mais
silencioso. Isto não será uma reversão do silencio da sociedade pré-industrial,
mas o silencio criado pela tensão espiritual à medida que a Vontade de
Deus acelere a vida interna com uma criatividade dinâmica. A realização
e a participação crescente nos festivais de lua cheia, serão
acompanhadas do surgimento de fé e alegria e desenvolverão um contato
mais íntimo com o reino dévico. Serão acompanhadas do aumento da aptidão
telepática e da habilidade na construção de formas pensamentos. Acima
de tudo, porém, a era dos vindouros festivais assinalará um tempo de
antecipação espiritual. O
sentido de expectativa que está ‘borbulhando’ por baixo da superfície
da consciência humana, é o augúrio de que esses tempos, mais
iluminados, estão muito próximos.
Cada
vez mais está aumentando a preparação para o natal, com certeza esse
acontecimento é um precursor desses tempos. Todos os aspectos excessivos
do comércio, em ocasiões como a do natal, são distorções das mudanças,
com relação à vida, verdadeiras e estimuladoras, que acontecerão em um
futuro não muito distante. Nas mensagens de paz e de boa vontade que são
enfatizadas durante esse período, podemos ter um vislumbre de um tempo
quando a humanidade fará uma aproximação direta à “Casa do Pai” ,
o lugar onde a Vontade de Deus é conhecida, e irradiará ativamente a “paz
que ultrapassa toda compreensão”. A tradição da troca de
presentes, tão relacionada a mistério e antecipação, talvez, também
apresente sua contraparte superior, à medida que o
presente do pensamento seja compreendido mais profundamente. Formas
pensamento, como formas físicas, são simplesmente conglomerado de forças,
imersas em um mar de energias circulantes
– tudo em um estado
de contínuo movimento e transição – cada uma dessas formas sendo uma
possível redenção, transformação ou iniciações menores da vida
dentro daquela forma. Portanto, cada pensamento tem um potencial criativo
e o poder de redimir através do contato. Com esse espírito, qualquer
coisa que assimilamos dos ensinamentos da Sabedoria sem Idade, pode
encontrar um caminho para o mundo, através de nossa consciência, e com
isso elevar e iluminar. Cada nova idéia que ‘tocamos’ durante a
meditação, é uma corrente de energia que pode forjar novos padrões e
novos caminhos para a elevação da humanidade. Levando essa idéia ao seu
potencial máximo, podemos dizer que isso resulta naquele fluxo espontâneo de um coração
amoroso e de uma mente inteligente, o que é a epítome (resumo
– estrato) do verdadeiro serviço
Podemos
ver então, o poder do comentário do Tibetano sobre o fato do serviço
ser a criação
de uma nova vibração, mais do que a criação de formas.
É
a vida dentro da forma que nos interessa,
e através da liberação de uma vibração criativa no mundo, formas
concentradas são ‘quebradas’, liberando assim a vida que estava
dentro e usando a energia liberada para construir veículos mais
apropriados para expansão da consciência. E assim, novas formas de arte,
ciência, política, economia, filosofia e religião, inevitavelmente,
aparecerão no futuro. Mas os esoteristas do mundo que desempenharam uma
parte nesse ímpeto
renovador, não estarão necessariamente envolvidos nos estágios
posteriores e mais concretos do renascimento dessas idéias.
A
habilidade para perceber e trabalhar criativamente com padrões de vibração,
está intimamente relacionado ao tema do reconhecimento e da revelação.
O caminho espiritual é sempre chamado de ‘caminho de retorno’,
porque, apesar de tudo, estamos traçando o caminho de volta para nossas
origens (internas e espirituais), portanto esse caminho é um caminho de
re-conhecimento ou re-cognição. Muitos de nós já passamos por essa
experiência quando iniciamos
o nosso contato com os ensinamentos da Sabedoria sem Idade, e
experimentamos um profundo sentimento de re-conhecimento localizado em
nossa consciência – um dar-se conta de que nos deparamos com algo que
de alguma forma já tínhamos conectado em algum nível misterioso.
Geralmente
esse ‘dar-se conta’ vem acompanhado de um surgimento súbito de uma
energia de liberação ou de revelação. Esse processo continua (apesar
de ser em uma forma mais sutil) durante as nossas meditações diárias,
até que um dia os planos internos se revelam diante de nós. Existe uma
grande beleza na idéia da revelação estar relacionada a algo que ‘lá
dentro’, bem profundo e no íntimo, já sabíamos.
Ficamos extasiados e em um estado que pode ser descrito como "deslumbramento
causado pelo despertar" diante
da vastidão da inteligência, amor e poder por trás do esquema evolucionário,
e diante do fato de que
somos uma parte dessa força criativa que salva e redime. O
caminho de retorno é acompanhado por uma sensação de se estar
continuamente na iminência de re-conhecer
uma parte maior de nós
mesmos como criadores divinos e nos re-unificando com o todo do qual caímos,
ocultamente, há muito tempo atrás
A
fé pode, então, ser vista
como o caminho do meio entre o reconhecimento e a revelação, onde a luz
da verdade é registrada e depois usada para invocar mais luz. É um
conhecimento intuitivo que queima criando um brilho através da escuridão
que o envolve, e a luminosidade espiritual e alegria que isso provoca pode
infundir nossas meditações com um profundo magnetismo. Quando essa vibração
colore nosso ser externo, as ansiedades são dissolvidas. Os problemas
começam tendo uma perspectiva
nova e menos ameaçadora e as soluções podem então surgir. E se a visão
daquilo que está destinado a SER, desaparece de vista, temporariamente,
por causa do stress e da pressão da vida diária, podemos considerar esse
fato como um afastamento temporário, que precede, necessariamente,
sua nova aparição com um ‘revestimento’
mais luminoso. O calor da fricção e a dor da batalha que têm
caracterizado nossa longa jornada evolucionária, acrescenta um poder
terreno à natureza etérica da alma, e através de sua fusão, o
guerreiro na luz aparece, irradiando o poder e a majestade do plano de
Deus para a humanidade. Nesse período especial do ano, vamos reunir
nossas forças e juntos invocarmos essa imagem para trazer luz, fé e uma
luz maior para todos as pessoas em todos os lugares do mundo.
1.
Discipulado na Nova Era. Pg. 710.
A Bailey (Ed. Inglesa) Espelhismo – Um Problema Mundial. pgs 193-194. A.
Bailey. (idem) A Intuição da Vontade. Ernest Wood. Pg. 40 (idem)
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